Quando vem a saudade batendo
vindo do norte,
Trazendo nostalgia
e cheiro de morte,
sempre sái-se correndo
ao primeiro impulso de alegria.
Corre-se aos pés da montanha
pedindo águas cristalinas
pra estancar essas peçanhas.
'Ouve-me anjo maldito da solidão,
hoje não me proteges',
lhe largo a mão.
Ele não se mexe.
Fica parado, estancado,
assustado,
e eu que não fico lá não...
Fecho os olhos pra alegria
e saio correndo da solidão.
Mas quando mais tardar a vida,
num tempo de trevas findo,
fica-se infeliz
por só se viver sorrindo.
Ao tempo de trevas, indo,
retoma do anjo a mão.
E alegres, dividem juntos
a enebriante escuridão.
Quando eu escrevo um poema
eu tomo do anjo a mão,
e escrevo essas bobagens todas
lá no fundo do papel.
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