domingo, 30 de dezembro de 2012

O Tamanho Das Coisas

O resplandecer da aurora,
e todas as coisas grandiosas
podem ser medidas
por pessoas tão comedidas?

Nada é tão grande
que não caiba em meu coração,
e mesmo assim,
mesmo assim,
a felicidade está estampada
nas pequenas coisas.

Tenho uma vontade de amar, infinda,
infinita dentro de sua própria grandeza.
Toda beleza jamais seria medida.

Medida é a forma comedida.

E mesmo quando sofres,
quão grande?
Quantos alqueires,
metros, centímetros,
anos ou meses?

Minha tristeza também não tem tamanho,
minhas emoções andam de tamanco,
querendo parecer maior
do que realmente são...

E por pior que pareça,
eis que eu pelo menos possa
dizer que:

se amei de mais,
ou ri, ou chorei
ou de tudo mais que sei

não tentei quantificar,
e vivi como ninguém.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Das folhas nas copas das arvores em plena primavera

Observar o sol nascer na manhã da primavera,
ah, pudera todo dia ser de primavera...
Versos no papel, folhagens voando com a brisa leve
a leve sensação de se sentir assim.

Pra tudo um novo recomeço,
e tudo não parte do zero mesmo?
Um dia de cada vez.
Um pé na frente do outro.

E as elegias são cantos barrocos
de pássaros tenores e sopranos,

Assopramos nosso destino como brisa de primavera,
pois se afinal, tudo já era, foi e ponto,
tanto faz se me importo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vilões de nós mesmos

Não cantaremos multidões dilaceradas,
nem pediremos perdão aos inocentes,
não nos tornaremos os hipócritas que tanto criticamos,
os vilões daqueles que não acreditam em nossas verdades;

Estaremos débilmente calados,
repugnantemente cegos,
seremos os mais ignorantes.

Não nos preocuparemos com a existência,
existencialismo é engodo,
Nem choraremos às tristes rosas da melancolia,
sequer nossa alma seria tão pura;

Mas resplandeceremos na sobriedade e na desgraça,
impulsionaremos os outros apenas pelos interesses próprios,
e de poucos,
que se danem os esfaimados, os sofredores, as minorias.
Nós,
seremos a geração mais podre,
da sociedade mais corrupta
e no final, diremos, com convicção:

Eis o que acreditamos ser verdade.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

domingo, 30 de setembro de 2012

As palavras buscaram na beleza,
a pureza de tua imagem,
eis que toda a bondade
era sua,
e toda a palavra bela
já tinha seu nome.

Os homens,
que construíram suas pirâmides e seu destino,
que deram nome às estrelas,
convictos de as acharem suas
não compreenderiam.

Mas apenas aqueles que a olharam,
convicto pôr-de-sol,
as aves voando nos arcos da lapa,
a água do mar, tentando chegar a seus coqueirais baianos.
Ávida, efêmera,
a vida que passa.
As carnes cruas,
ah como condeno a crueldade,
a nata cru da realidade,
o óbvio.

Mentes apavoradas que se escondem na nuvem negra
da ignorância,
ignorância...
A fragrância das fezes.

Tragam seus desejos em seus inúteis cigarros,
a andam em seus carros
com a maior naturalidade

Cínica.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Essa música

Essa música,
Essa música ecoa na minha cabeça
Ecoa na minha cabeça
Cabeça?!
Perdi a cabeça
e a cabeça ecoa a música,
sem cabeça.


Ecoa e ecoa na cabeça.
Minha música sem cabeça.
E sem música a cabeça é oca
e ecoa.
Eco!
A música e a cabeça sem.
Eco!
Ecoam em minha cabeça.
Cabeça? Eco!

domingo, 5 de agosto de 2012

Que será que eu sei?

Amor:
Toque de navalha ou pluma.
Ah, o amor

Não serei triste

Não serei triste.

Não me perderei mais por amor
e nem me entregarei a morte.
Não me calarei à dor
nem ficarei à minha própria sorte.

Nunca mais vou sofrer.

Ou por isso, ou por aquilo,
qualquer coisa...
e podem até me chamar de babaca,
mas triste não mais serei.

Por essas terras que já andei,
da qual também já fui o rei,
caminho sozinho, e posso até vacilar
mas amar, ah
não mais irei.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ode

Onde já se viu
escrever poesia no teclado,
se a melhor coisa
pra se ter ao lado
é a companhia
da caneta e do papel?