quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ã?

Ter vitória? mas vitória?
Que diabos é ganhar?

salario mínimo décimo terceiro férias remuneradas juros imposto CPF CNH, conta banco pílula de alho remédio pra dor de barriga xampu colant ceca secador lava louça esposa marido filho trouxa armario geladeira passadeira cozinheira banheira eira e beira, sapatos admiráveis amigos admiráveis admirável admiração do ego estonteantemente escondido detrás de alguma personalidade, a idade vindo.

Sou brasileiro como se pode,
sem ser escravo, escrevo,
e como e cago
como se pode vou até onde eu nem sei que chego,
talvez sossego, se é por isso
que se vive e morre.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cadê? Cadê?
O concreto significado
da palavra restrita?

Fudido isso,
ser tão intenso
significado, essência.
Concreto, só o objeto.

Pura forma
da negação
de todo resto.

Sem disperso
tenso espaço
da palavra morta
pelo opaco significado
do verso.

domingo, 4 de agosto de 2013

Metamilinguística inaplicável

Palavras pra explicar meu verso,
Verso pras coisas que escrevo
e porque gosto.
Porque toda forma
do significado concreto
eu não me importo,
Não suporto verso
e acho errado o
muito bonitinho, enfeitado.

As palavras procuramos
e algumas a gente acha,
Se tudo se despedaça
talvez embelezar seja botar pano.

O espaço oculto da significância do poema?
ora, se o poeta escreve um dilema
seria significância o espaço procurado
pras rimas que os outros poetas não encontraram?

terça-feira, 16 de julho de 2013

Pra Ler Duas Vezes

Com meu coração
Desancoro da praia
E parto pro precipício,
Indício de minha loucura
Talvez seja o poema escrito.
Meu verso espasmo fixo
Do ponto de vista alienado.

Minha representação do objeto
Pode ter dado errado.
E meu poema terá mimado
Pela frase a ideia da significação
Do pré-pensado.

Grande Engano

Talvez ser poeta
Não seja coisa alguma.

Talvez eu escreva versos medianos
e viva uma vida mediana
entre os meridianos.

Quem sabe o tempo passe
e mude o ano.
Eu seria o verso do ano passado
Atrasado, cansado dum ano cheio,
Com o recheio da janta ainda na boca.

Desembocava n'algum lugar
se lugar fosse ponto fixo
que se buscar.

Apenas andamos nas ruas
e as coisas lá fora só nos acontecem.

Umas coisas do passado
vieram atormentar o narrador,
Se pudesse expressar sua dor,
Talvez escrevesse em verso.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mais uma declaração piegas

Se tiver, quem sabe,
um dia,
ter que dizer
tanta verdade,
não se assuste,
pra quê isso, alarde?

se eu te tenho vontade
perco, quem sabe a resposabilidade
de já não ser mais
um desses caras que
andam por aí
e são loucos por ti.

Andei pensando vago?
Que eu não possa ser sincero?
Faz muito estrago
fazer parte da frota?
Quando leres, de sua reação me enervo?
ou me enterro feito uma marmota?

domingo, 2 de junho de 2013

Segunda Pessoa do Singular

Porque será que meu cérebro pensa
ou sabe, ou não sei porquê,
mas alguma coisa, numa outra coisa
me faz pensar sobre querer?

Escorregadio Sentido Fixo

Boa noite
a quem quiser ouvir
o choro dos versos
do caderno escrito à mão

Vais ler um pouco de prosa
coisa de cabeça maluca
versos em popa de esmero
um bolero cantado em francês

Só que sou brasiliano
meu português é baiano
um que chegou posando em querer sentido
quando a lógica era abstrata
e as palavras inatas
de culminar no papel

Carrego na fronte o véu da viúva cansada da vida.
devo ter sofrido como muita gente sofre
devo ter bebido a bebida do mundo
pra ter-me acordado essa ressaca
meu pecado talvez seja tão profundo
que por mim eu já não possa fazer mais nada.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O tempo que tudo passa

Nada na mesa,
na cabeça,
uma idéia presa.

Pensa-se e têm-se pressa,
no fim, o ponto não é
a essência
com que o tempo passa.

Desgraça
se assiste na TV,
quem vê,
não

Operários de Nós

Me dê a forma do sentido abstrato!
Não gosto da maneira como que sou tratado
quando estou existencialista.

O universo reage em rejeição,
será ação impura
pergunta o universo?
e o que seria saber!

Ao invés, viverei um desgosto
gostoso de ignorância
das coisas que eu não sei.
Poemas em tom de fim,
estou afim.
Escrever como quem se foi,
deixou verso e saudade pra trás,
quis chegar a algum lugar,
não está mais entre nós.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O Papo da Mediocridade

A mediocridade move a massa humana,
na sociedade em que vivo.
Se num futuro, acharem isso num livro,
tiver importância essa minha gana...

Nunca estarei adiante do meu tempo,
pffff... escrevo poesia.
Ando de costas, bem lento.
Parece até que não sabias...

Peguei carona na prosa cedo demais,
e quando vi estava longe pra voltar
mesmo se eu fosse de van,
ou que quisesse ir a algum outro lugar.

Alugou-me a poesia,
chata, velha, cansada
eu fui pra ver onde chegava
não cheguei, nem acho que volto.

Escrevo torto porque não acho que existe
saber escrever.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Inversos

Não tenho culpa
de escrever esses versos,
não assumo a autoria
tiro toda a teoria,
se pudesse fazia inversos.
Não sou dono da linguagem.

Universos de cristal e vidro
se materializam à frente.
Presentes, manifestados, sentidos,
aos olhos da maioria talvez não.

Sou inocente,
escrevi meus versos com culpa
e não me responsabilizo por eles.

Escrevo uma linguagem morta
pra nossa cultura "tão moderna"
pra ver se nesse monte de palerma
pelos menos um dá corda.

Acordei neurótico na madrugada,
tudo podia ser nada,
e eu desisto da informação.

Carreguei nãos por toda a vida.
Mesmo quando fui com o coração.
Fasteei tempo demais na ida,
quase perdi a convicção.

Andei cogitando
não escrever mais poesia.

As Coisas do Tempo

Coisas que a gente faz,
gente que a gente ama,
a gama de sentimentos
voar, cair na lama...

Tempo que a gente mata,
tempo que mata a gente,
mesmo por tudo que a gente faça
não faz quê com o tempo,
sente...
E foi,
restou-nos apenas uma velha lembrança
de horas que nunca foram a lugar algum,
do tempo que poderíam ter sido.

Viajar sozinho em memórias
de coisas que não são de passado.
Aí eu quero ver.