terça-feira, 16 de julho de 2013

Pra Ler Duas Vezes

Com meu coração
Desancoro da praia
E parto pro precipício,
Indício de minha loucura
Talvez seja o poema escrito.
Meu verso espasmo fixo
Do ponto de vista alienado.

Minha representação do objeto
Pode ter dado errado.
E meu poema terá mimado
Pela frase a ideia da significação
Do pré-pensado.

Grande Engano

Talvez ser poeta
Não seja coisa alguma.

Talvez eu escreva versos medianos
e viva uma vida mediana
entre os meridianos.

Quem sabe o tempo passe
e mude o ano.
Eu seria o verso do ano passado
Atrasado, cansado dum ano cheio,
Com o recheio da janta ainda na boca.

Desembocava n'algum lugar
se lugar fosse ponto fixo
que se buscar.

Apenas andamos nas ruas
e as coisas lá fora só nos acontecem.

Umas coisas do passado
vieram atormentar o narrador,
Se pudesse expressar sua dor,
Talvez escrevesse em verso.