Eu já não sei o que se passa
quando você passa…
quando cruza a porta, quando deita morta
de cansaço do dia,
quando me acorda de manhã e vem me trazer alegria.
Quando me dá bom dia.
E quando me salva a vida
diáriamente num caminho sem saída.
Quando leva as crianças na escola,
quando deita, dorme e rola,
quando se debruça no parapeito
ou vem abater meu peito
querendo brigar…
é quando quer me matar.
E quando eu acendo um cigarro
e você quer apagar,
quando estamos distantes em nossas rotinas
mas, por tudo, casados em nossas sinas.
Juntas, minha, sua, nossas feridas.
Nossas idas, nossas vidas.
As crianças, a casa, a família,
nossas vidas.
Precisamente elas.
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